quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Desabafo...

Pode me roubar!
Leve tudo o que o dinheiro possa comprar, limpe a minha conta bancária, use minhas roupas e não devolva, quebre as minhas coisas e não conserte, invada minha casa, consuma meu tempo com suas mentiras, coloque tudo na sua mala roubada e leve pra qualquer lugar, leve pra onde começará a perder tudo o que me tomar, carregue consigo também essa culpa, esse medo de ser descoberto, carregue esse peso invisível pra onde for...
O tempo é seu inimigo daqui pra frente e ele agirá sem pressa. Nunca mais andará sem olhar pra trás, sempre desconfiará de algo ou alguém, sem querer acreditar que o que está errado é o que está dentro de você.
Sigo em frente com o pouco que tenho, mas sigo leve, livre, limpa.
Eu sou feliz, pois não tenho segredos, não alimento mentiras e faço a diferença pra alguém, o resto... pode levar! Tudo que vai um dia volta, se não voltar é porque não lhe pertenceu...

Só um desabafo... :)

domingo, 28 de setembro de 2008

Importâncias


Não guarde nada, não espere a ocasião perfeita, não espere o momento certo para pedir, dizer, fazer ou se desculpar.Use sua roupa nova pra ir á padaria de manhã mesmo que ninguém vá reparar, faça o que tem vontade, diga que ama, corra atrás, perdoe, peça perdão, não seja egoísta, não seja orgulhoso, não seja modesto demais, não tenha vergonha, não tenha medo, se iluda, sofra, quebre a cara, mas não deixe de viver na intensidade que sua vida merece.
Não importa se nem tudo acontece como gostaríamos, pois não estamos aqui pela perfeição e sim pelo sentimento, pelos conflitos, pela diferença e pra levar o melhor disso pra nossa vida. Vamos encontrar por ai pessoas com quem nos identificamos e outras com as quais não conseguiremos ficar nem por 5 minutos. Vamos amar, seremos amados e nem sempre corresponderemos ou seremos correspondidos. Vamos passar por momentos felizes que gostaríamos que nunca terminassem, mas eles irão terminar. Vamos passar por momentos difíceis que poderão durar a vida toda, mas teremos que nos unir e seguir em frente.
Tanto faz se você vai ser astronauta ou garçom, médico ou astrólogo, rico ou pobre, famoso ou um eterno anônimo, pois no final das contas isso tudo são apenas números e rótulos que não fazem a mínima diferença pra quem tem um sentimento verdadeiro por você: amor, amizade, respeito, admiração.
A vida é uma eterna perda, eu sei... mas só perdemos de verdade coisas e coisas podem sempre ser recuperadas, basta nos unirmos àqueles que nos querem bem e buscar juntos a força e a esperança pra começar de novo. Sozinhos somos pouco, mas juntos podemos chegar muito mais longe do que poderíamos imaginar.
Às vezes me sinto sozinha no meio da multidão, parece que sou apenas mais uma entrando e saindo dos ônibus lotados, fazendo compras no supermercado, acordando cedo, dormindo tarde, vivendo os dias iguais, um após o outro, sem muita vontade de sair, sem entender direito o que estou fazendo, pra onde estou indo, porque continuo. Mas pensando bem, rotina é algo que 99% das pessoas terão que enfrentar em algum momento na vida e só serão felizes no dia em que perceberem que o melhor da vida não está no que fazemos diariamente, no quanto ganhamos, em quantas festas fomos, se somos bem sucedidos ou se estamos apenas por ai vendendo o almoço pra comprar o jantar. O melhor da vida está nos detalhes: naquele telefonema no meio da madrugada de um amigo que você não via há anos, na cara de piedade que seu cachorro te olha quando faz alguma arte, naquela comidinha simples e caseira da vovó, num abraço sincero, num ataque de riso por causa de qualquer coisa que não tenha a mínima graça, na bebedeira com os amigos (mesmo que isso resulte em segurar o cabelo da bêbada enquanto ela vomita), no reencontro e na despedida que fica com aquele gosto de quero mais com valeu a pena, em comemorar as vitórias, chorar e consolar nas derrotas, em apoiar e pedir apoio, em ensinar e aprender uns com os outros e, principalmente, em saber que em algum lugar por ai, mesmo que muito distante, tem alguém que torce por você e que faria tudo pra te ver feliz.
O importante não é o que você tem, mas sim o que você é e depende apenas do que você é o que e quem você terá.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Melhor amigo


Acho muito engraçado ouvir alguém dizer “Fulano de tal é meu melhor amigo”, fico pensando se o Fulano participou de algum concurso ou se a pessoa realmente tem alguma escala onde encaixa os amigos e o que tiver a nota maior é o melhor.
Eu nunca tive um melhor amigo. Nunca consegui escrever o nome de todos os meus amigos num papel (apesar de serem poucos) e dar notas ao nível de amizade que tenho por cada um. Classifico as pessoas com quem me relaciono da seguinte forma: amigos, conhecidos e desconhecidos.
Tenho amigos de bar, amigos de balada, amigos virtuais que serão sempre virtuais e outros que se tornarão reais, amigos distantes que sempre parecem próximos, amigos que não vejo há muito tempo e talvez nem veja mais, amigos com quem desabafo, amigos que sabem pouco sobre mim, mas que adoro a companhia, amigos que me dão força, amigos que sempre dizem a coisa certa e outros que nunca sabem o que dizer, amigos que enfrentam tudo comigo e outros que me dizem que tenho que enfrentar sozinha, amigos que me ajudam a tomar decisões e outros que me apóiam no que eu escolher, amigos que me dão bronca e outros que fazem bagunça comigo. Alguns têm mais de uma dessas características, mas todos estão igualmente guardados no meu coração.
Uns podem ser melhores que outros em uma coisa ou outra, mas jamais conseguirei fazer uma escala dizendo a quem devoto mais afeto, se é mais ou menos meu amigo. Vejo a todos de uma forma igual e ao mesmo tempo diferente, pois todos têm características únicas que os tornam pessoas únicas pra mim.
Não pretendo ser a melhor amiga de ninguém, só espero conseguir ser o melhor que eu puder, fazer tudo que for possível, não para ser a melhor e sim para que seja inesquecível.

“Se não puder fazer tudo, faça tudo que puder!”

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Retomando caminhos

O mundo dá muitas voltas mesmo. E dá tantas voltas que acabei ficando tonta e tropeçando nos meus próprios pés. Andei por caminhos errados e por mais que eu me arrependa de muito do que fiz, de tudo que perdi, das pessoas em que confiei e me decepcionaram, de pessoas com quem dividi meus sonhos, dediquei meu tempo e me apunhalaram, ainda assim acredito que tenha sido uma das maiores e melhores experiências que tive.
Em pouco mais de dois anos que estou em São Paulo, a selva de pedra, a terra de ninguém, vivi tanto que perdi a noção do quanto ainda sou jovem e tenho muitos caminhos pra percorrer. Minha vida foi ficando estacionada, fiquei sentada esperando o futuro chegar e o futuro passou por mim, mas não vi. Perdi o entusiasmo, perdi a vontade de lutar, parei de ler, parei de escrever, parei de procurar o meu “príncipe encantado”, parei de acreditar em mim, me afastei dos meus amigos, do meu passado e fui ficando amarga, sem muita vontade de nada, como se amanhã fosse só mais um dia.
Nos últimos tempos tomei umas boas pancadas da vida e, por mais que tenha doído, era o que eu precisava pra acordar. Não é justo que eu fique aqui parada enquanto o mundo gira, como se minha vida tivesse acabado e eu só estivesse aqui porque não tem outro jeito, isso não é verdade. Eu sempre quis fazer a diferença, sempre quis ajudar as pessoas, não deixar que elas esqueçam o que é realmente importante e, de repente, desisti?
Hoje decidi que não deixarei mais a vida passar, daqui pra frente quero caminhar junto com ela e aproveitar cada momento, agarrar todas as oportunidades, ser feliz, fazer feliz e jamais deixar aqueles que amo de lado outra vez.
Pra alguns a felicidade consiste em ter o máximo de coisas possível, pra outros se resume em ter um casamento perfeito, outros querem viajar e conhecer milhões de lugares, o que eu sempre quis foi apenas fazer a diferença pra alguém, ver um sorriso no rosto daqueles a quem quero bem, doar meu tempo, meu esforço e muitas vezes até mesmo aquilo que não tenho. Sofri algumas vezes por ser assim e quando vim para São Paulo deixei isso pra trás, passei a pensar como a maioria: “cada um por si e Deus por quem pagar o maior dízimo”. Realmente não funcionou pra mim e precisei tomar muita pancada pra aprender que o importante mesmo é ser o que a gente é, mesmo que nem sempre dê certo.

Sei que não posso fazer tudo, mas farei tudo que puder. Estou de volta!